****
Nome: Show Baiana System (Teatro Vila Velha)
Foto: Tâmara Moreira
Para quê ouvir só pagode em uma cidade que se tem uma banda futurista e com um som tão popularesco quanto a Baiana System? Em show que encheu o Teatro Vila Velha na ultima quinta-feira foi o ápice da visão óbvia que Salvador vive em uma utopia de conhecimento musical e cultural.
Banda composta por Robertinho Barreto (Guitarra baiana), João Meirelles (picape de música eletrônica bases e mixdubs) Wilton Batata (percussão) e na voz Russo Passapusso que improvisa de forma bem coerente com a banda, sempre levando um swing em uma vibe sempre positiva para o público que curte e muito a proposta apresentada por estes quatro integrandes. BaianaSystem tem um formato que possibilita diversas conjucturas, “sistemas”. Com isso, amplia a ideia de sound system`s para novas estéticas e consequentemente óticas musicais, as letras em suma maioria são um espetáculo a parte, sem deixar de ser informativa, questionadora e dançante.
Quando ouvir esse mix de modernidade com a nossa boa e velha guitarra baiana me veio em mente primeiramente uma busca de resgate, porém o idealizador do projeto Robertinho Barreto expôs tal colocação no site da banda: “Eu não gosto da ideia de resgate, porque referencia o passado. A guitarrinha precisa dialogar com o que está se produzindo hoje”, tal ressalva me fez observar o além do óbvio sobre a arte desenvolvida por aquela turma que tem totais condições de ser figuras carimbadas na musicalidade afro-pop baiana.
Outro destaque do show foi o cenário criado por Filipe Cartaxo. Explorando em grafismos referências às manifestações populares da Bahia, como o Carnaval e as demais festas de largo e suas entidades, utilizando objetos do cotidiano, como mesas, as máscaras expostas no local para o uso do público e as grandes lonas brancas ao quais as imagens eram reproduzidas davam todo ar pop que a música que a li se fazia presente necessitava.
Leigamente muitos diriam que seria apenas um pós Nação – Zumbi com um diferencial de ritmos regionais tão brasileiros quanto o Maracatu ao invés deste o que se faz presente de forma bem positiva é a guitarra baiana, banda com ritmo empolgante que embalou o público presente e pagante que estava com as letras das canções da ponta da língua, porém o conceito da banda é não ter conceitos pré-definidos musicalmente, as criações são livres e os ritmos presentes no show foi uma espécie de canibalização pós – modernista de ritmos caribenhos com a pegada que herdada da guitarra dos criadores do pau elétrico, pré – definidos ou estabelecidos como Kuduro (ritmo angolano), porém com um swing latino e bem menos percussivo, REP e a picape de música eletrônica com bases prontas que deram todo o som urbano a banda que tem como conceito a liberdade de fazer reinventar a musicalidade, conseguiram com êxtase entreter com sua musicalidade original e divertida todos que foram ao Vila Velha ouvir música de qualidade.
Categories:
faltou falar de Marcelo Seco e seu baixo sempre muito seguro